sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ir ou não ir?

Eu, como todas as pessoas da minha idade, sinto que Portugal não me traz oportunidades nenhumas de trabalho para o futuro. É verdade. Apesar de achar que toda a gente exagera a falar da crise, como se o mundo fosse parar porque Portugal ficou mal no ranking, eu acho sinceramente que se cá fico vou ser desempregada para o resto da vida.
Eu, ao contrário de muitas pessoas da minha idade, tenho uns pais que me podem pagar um mestrado fora do país, onde eu quiser. É uma sorte, pensariam vocês (os três leitores deste blog). Mas não, não é uma sorte. Para mim, e chamem-me mal agradecida, é um enorme peso e reponsabilidade que me põem em cima. A verdade é que eu não quero ir estudar para fora. Não é que tenha os horizontes pequenos, porque nos meus míseros 21 anos de vida, já estive em todos os continentes, num total de 16 paises e adoro viajar e conhecer pessoas novas e novas culturas (cliché pegado, eu sei). Mas dessas viagens todas o que eu mais gostei foi de regressar. De ter alguém a minha espera e não precisar de estar longe das coisas e das pessoas que realmente gosto tempo de mais.
Estudar fora para mim, neste momento é uma coisa que me ocupa a cabeça todos os dias, e não é no bom sentido. Porque penso que apesar de não ser a coisa que eu mais quero neste Mundo, e de achar que me iria fazer um bocadinho infeliz apesar da experiência incrível que ia ser, tenho o dever de aproveitar a sorte que tenho. E é uma pressão enorme, pensar que não posso desperdiçar uma oportunidade que quase ninguém tem, quase como se devesse isso aos milhares de portugueses da minha idade que estão desempregados e sem grandes prespectivas.
Cada um é como é, o meu irmão mora do outro lado do mundo e adora. Não podia ser mais feliz, acho que tem alma de emigrante. Mas eu não. Tenho alma de quem fica a espera dos emigrantes, com o coração nas mãos. E não podemos mudar o que somos, por muito que a responsabilidade nos pese.
Ou então podemos.

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