segunda-feira, 13 de maio de 2013

13 Maio

Fui criada na fé cristã. Fui baptizada duas vezes (matéria para outro post), tive catequese, fiz a primeira comunhão e a profissão de fé. Mas nunca pensei muito sobre o assunto, e acho que foi por isso que desde que entrei na adolescência nunca mais fui a missa e a minha vida espiritual consiste basicamente em acreditar que existe alguma entidade maior que nós, mas que não sei se é Deus e tenho quase a certeza que não é um homem de barbas grandes sentado no reino dos Céus.

Hoje, a minha mãe chegou a Fátima depois de uma caminhada de 4 dias. Eu e o meu pai fomos buscá-la e assistimos à procissão das velas. Aquele mar de gente ali por uma causa, comoveu-me. Como me comove praticamente tudo o que envolva uma grande quantidade de pessoas juntas por uma alguma coisa: concertos, estádios de futebol, peregrinações, etc. Porque acho genuinamente bonito o ser humano juntar-se  em torno de uma causa, com toda a entre ajuda e o sentido de pertença que advém disso mesmo. Não fiquei comovida por ser Fátima, nem por haver uma missa e pessoas a rezar o terço. O que me tocou verdadeiramente foi ver aquelas pessoas todas juntas pela sua fé, e para além disso a quantidade de sacrifício que estava concentrado naquele sitio. Pessoas com cancro em estado terminal, alguém cujo filho se suicidou, promessas antigas, promessas novas, pessoas que quase não se conseguiam mexer mas que mesmo assim andaram mais de 100 km ou simplesmente quem foi pela experiência: estavam todos ali  com uma vela na mão, quase que a guardarem-se uns aos outros, e com uma fé que pelo menos naquela hora e naquele local foi inabalável. 

Para o ano estou lá. Não tenho promessas, mas pode ser que fique com crédito na Santinha.

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